sábado, 21 de novembro de 2009

O tempo não para

Assisti, mesmo que de longe, a popularidade do presidente Lula em visita a Bahia é verdadeiramente uma situação inusitada. Foto pra cá, aceno pra lá... Viva Lula! Viva de todos os lados. Oráculos com previsões das próximas eleições, dentre outros adjetivos. Lula, um homem cuja trajetória demonstra coragem e vitória, que virou até filme, tem e/ou vive, sem sombra de dúvidas, o apogeu, o melhor momento político de um Presidente da República na história deste país. Mesmo com toda parafernália midiática ao seu redor, ele, Lula, por si só, demonstra ser extrovertido, carismático e, acima de tudo, tem um jeito genuinamente brasileiro de ser, ou melhor, com a cara de muitos de nós. Esse é um diferencial, mas com defeitos que o marketing se encarrega de transformar em virtudes. Lula conquista e coopta muita gente independentemente dos seus apagões, mensalões, aloprados do seu partido (que é um complicador em sua vida), etc... Sendo que alguns são atraídos pelo amor, outros pela dor e muitos pelos interesses, usando uma termologia do marketing: "colando a figura nele" (Lula). Quem me conhece sabe que nunca votei para Lula, pelo contrário, sempre estive do outro lado, na oposição ao PT, não é agora que Lula está bem que virarei seu sectário, como muitos estão fazendo. Entretanto, deixar de reconhecer seus feitos, principalmente no campo social, e desqualificar seu governo é mesquinhez. Mas, democraticamente, prefiro a trincheira com todos os seus ônus. Todavia, já assisti de perto outros políticos sendo ovacionados, em verdade, em menores proporções, refiro-me ao ex-senador ACM (neste votei algumas vezes), entretanto, rompemos - leia-se o nosso grupo político de Cruz das Almas em 2004 - antes mesmo da sua morte. ACM nos tempos áureos em pleno Pelourinho, lotado, após sua fática renúncia no senado federal, foi recebido com festa por muitos destes que hoje fazem filas para pedir, simplesmente, a benção a Lula. Não quero comparar Lula a ACM, ou vice-versa, na verdade são momentos políticos e pessoas com trajetórias distintas, mas a efêmera política é uma ciência inesgotável e no dito popular: É a arte de engolir sapos vivos, Lula hoje e ACM ontem vivenciaram do ostracismo a plenitude. O pior disso tudo é a repetição de imagens emblemáticas em nossas mentes, não só os atores, mas, sobretudo, nas cenas, como o exemplo da FORD na Bahia, ontem criticada, hoje importante. Outro exemplo é a última do Presidente do Partido dos Trabalhadores na Bahia (Que figura!) - forjar números de uma pesquisa eleitoral é cômico! Para convencer quem? O povo? Esta foi à tônica ou a fórmula derrotada do carlismo em 2006, lembro-me de outro ditado popular: Já vi este filme antes. Em imagens cômicas da visita presidencial a Bahia, enxerguei muita gente de ponga na popularidade lulista e nas beneficias do poder, assim, como faziam com o velho ACM, outros, meio que perdidos, pois suas histórias se confundem ao combate ao lulismo. Assim descrevo mais uma visita do companheiro ao galego e sua nova turma.

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