domingo, 20 de abril de 2008

DEM assiste briga do PT com PMDB de olho grande em “potencial” de Geddel

Um espectador assiste de camarote e com olhos bem abertos às últimas evoluções da política baiana, em que a atrapalhada operação do PT para afastar-se da administração João Henrique gera, pela primeira vez, especulações sobre a possibilidade de a legenda não dividir o mesmo palanque com o PMDB do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) em 2010.
Trata-se do Democratas, legenda de onde têm partido repetidos comentários elogiosos ao ministro, desde que ele não poupou esforços para expressar todo o seu descontentamento com a decisão dos petistas de abandonarem a administração do prefeito peemedebista de última hora e sem aviso prévio.
Empolgadas com números atribuídos ao ex-governador Paulo Souto nas pesquisas que realizam para avaliar o cenário baiano, lideranças do DEM acreditam que nunca houve melhor momento para se tentar uma reaproximação com os Vieira Lima do que o atual, quando o que consideram “traição” do PT ao PMDB teria dado uma excelente justificativa para abordá-los.
Levam em conta o histórico de boa relação que o ministro sempre teve com alguns democratas no Estado, lembrando inclusive de conversas que setores do partido mantiveram com ele em 2006. Naquele momento, conta-se no DEM, antes de apoiar Jaques Wagner ao governo, Geddel teria conversado com Paulo Souto sobre a possibilidade de uma aproximação.
O diálogo parecia avançar em torno de uma chapa que poderia ter absorvido o peemedebista como candidato ao Senado ao lado de Souto até que um veto do falecido senador ACM, inimigo pessoal de Geddel, teria inviabilizado a formação da aliança, comenta-se no Democratas.
“Agora, não há mais restrições para novas conversas”, diz um democrata. Com a força política que vem construindo no Estado, o ministro será uma espécie de “divisor de águas” na próxima sucessão estadual.
Tentando esconder a empolgação, o mesmo quadro usa uma imagem para se referir a Geddel: ”Hoje, ele (Geddel) poderá fazer a balança pender para o lado em que estiver em 2010″. E a completa com um elogio: “Com a vantagem de (Geddel) ser figura firme e de palavra”.

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