sábado, 5 de abril de 2008

SUCESSÃO COM O PT NA DISPUTA CONFUNDE CENÁRIO

Aguardava-se que o PT resolvesse lançar candidato próprio à Prefeitura de Salvador, embora a situação fosse controversa. Mas quem detém o governo do Estado não poderia estar ausente da disputa na Capital, porque o não-lançamento teria consequência, ou reflexo, nas eleições interioranas. Aqui, a decisão do PT, tomada na noite de ontem, significa senão um rompimento da aliança Wagner-Geddel - não é bem isso - mas, no máximo, o único entendimento agora possível entre eles é pactuar um acordo tipo quem colocar seu candidato no segundo turno receberá o apoio do outro. Se ninguém chegar ao segundo turno, nem João Henrique, do PMDB, nem o candidato que o PT lançar, eles discutem a questão mais adiante e escolhem um nome. O que significa uma candidatura própria do PT? Em primeiro, o enfraquecimento de João Henrique, na medida em que Geddel contava com este apoio em termos de "reciprocidade"; 2 - Confunde todo o processo e dificulta a visibilidade, que já não era boa; 3- Fraciona o que é considerado "esquerda", mas, como a esquerda desapareceu, o agrupamento tradicional, chamado dessa maneira; 4- O fracionamento pode favorecer a candidatura do DEM, representado por ACM Neto e, possivelmente, a de Antônio Imbassahy, do PSDB. Varela depende do apoio partidário que vier a receber, como o PR, por exemplo. Enfim, estabeleceu-se o que se imaginava: se a interrogação já era grande sobre a sucessão municipal, agora se tornou imensa.
(Samuel Celestino)

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