domingo, 21 de junho de 2009

Problema em Pedra do Cavalo deixa 60% da cidade de Salvador sem água

Mais da metade de Salvador amanheceu neste sábado (20) com as torneiras secas por conta de um vazamento ocorrido numa das ventosas da adutora que transporta água bruta da bacia do Rio Paraguaçu até a Barragemde Pedra do Cavalo, localizada em Cachoeira (a 110 km de Salvador), a principal fornecedora para a capital baiana e municípios da Região Metropolitana, além de Feira de Santana e Região Fumageira.

Provável ato devandalismo causado por moradores dos arredores de Santo Amaro da Purificação, que pretendiam “roubar” água, o acidente deixou mais da metade da cidade sem abastecimento por mais de 24 horas. O problema foi detectado às 20h de sexta-feira (19), quando os técnicos desligaram o fornecimento e esperaram a adutora, de dois metros de diâmetro, secar inteiramente, para, só então, iniciar os reparos.

Segundo Carlos Ramirez, superintendente de Operações da Embasa para Salvador e Região Metropolitana, por volta das 2h da madrugada de ontem (20) o serviço já tinha sido concluído e as máquinas religadas.

“Por causa disso, deixamos de mandar cerca de cinco mil litros por segundo, o que é muito quando se trata de uma cidade do porte de Salvador. Só não faltou água na cidade inteira porque também recebemos do reservatório Joanes II, que bombeia dois mil litros por segundo para cá”, disse o Ramirez.

BALDES E PANELAS - As áreas mais atingidas foram os bairros da Cidade Baixa, São Caetano, Fazenda Grande do Retiro, Liberdade, Curuzu, Subúrbio Ferroviário, Centro, Graça, Barra,Chame-Chame, Brotas, Stiep e região do Iguatemi. Simões Filho, Cadeias e Camaçari também sofreram os efeitos do acidente.

Apesar da Embasa garantir que o fornecimento já tinha sido normalizado e que o fluxo de água iria ganhar ritmo normal ao longo do dia, na tarde de ontemandahaviaqueixasemlo cais diferentes de Salvador. “Não aguento mais carregar balde e panela. Tem três dias que não corre água por aqui. Estou com a coluna pegando fogo”, reclamava Deijanara São Paulo, 43 anos, dona de um barzinho em Plataforma.

No Bonfim, a situação também era a mesma. O professor José Américo, 36, não sentiu a falta de água na rotina da casa porque tem um reservatório grande, mas percebeu o problema quando tentou lavar o carro usando o líquido que vem da rua.

“Deixei para lá, claro, porque não quero correr risco de esvaziar meu tanque”, disse. Na residência da técnica em turismo Maria Nascimento, 49, no Stiep, a situação também era difícil. Sem água há três dias(primeiro por causa de um reparo na rua e depois por conta do acidente na adutora), ela teve que fazer estoque de água mineral para usar na cozinha, já que só lhe restavam alguns litros no tanque da área de serviço para ser usado no banheiro.

Apesar do desconforto, Maria Nascimento chama a atenção para um problema maior. “Só assim, passando dificuldade, as pessoas podem aprender sobre a necessidade de poupar água do planeta. É um aprendizado incômodo, mas podemos fazê-lo todos os dias, em casa, por exemplo”, arrematou ela.

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